Foi-se
o tempo do "guarda-livros". As funções meramente burocráticas estão
cedendo espaço para profissionais mais arrojados, que desejam aproximar
informações e utilidade gerencial.
Sabe-se
que cursar quatro anos do ensino superior e registrar-se no CRC é apenas o
início da caminhada do Contador. O mercado procura um perfil dinâmico, um
profissional que se atualize constantemente e seja um auto-didata.
A
globalização e a necessidade de inovações constantes levam os empregadores a
contratar pessoas pró-ativas, com senso de responsabilidade e capacidade de se
manterem atualizadas diante do caos legislativo que se verifica no Brasil.
A
avalanche de informações que o governo exige das empresas é um indicativo que
não basta apromoramento técnico, sendo necessário o contabilista compreender e
comunicar-se dentro e fora da organização, visando adaptar tais exigências.
Mensalmente, os governos federal, estaduais e municipais despejam nos diários
oficiais dezenas de decretos, regulamentos, atos administrativos,
instruções normativas, etc.
Diante
de tal sobrecarga, o contabilista necessita focar situações estratégicas, estar
preparado para ser um gerente de informações. Cada vez mais é comum as empresas
consultarem os profissionais contábeis sobre composição de seus custos, para
formação seu preço de venda, análise de ponto de equilíbrio, alavancagem,
análises do balanço e outras situações gerenciais. Mas, preocupado em atender
as inúmeras exigências principais e acessórias dos fiscos, o contador às
vezes não dispõe de tempo para situações que demandam análises estratégicas, o
que o tornaria, de fato, um gestor de informações.
Muitas
faculdades de Ciências Contábeis ainda não despertaram para o fato de que
existe uma necessidade imediata em formar contadores com pensamento de gestores
e não somente operacionais, relegando a concentração de idéias a segundo plano.
Os
contabilistas têm tudo para serem extremamente importantes nas organizações,
pois, além de suas funções tributárias (o que, por si só, já o remetem a
administrar quase 40% do faturamento de uma empresa), poderão trazer para a
organização um leque de análises, informações e idéias que podem significar a
diferença entre o sucesso e o fracasso empresarial. Num mundo competitivo e
global, quem errar em custos e formação de preços, fluxo de caixa e gestão de
crédito, está fadado ao fracasso.
O
contador gerencial é definido pelo IFAC - International Federation of Accouting
(Federação Internacional de Contabilidade) como um profissional que:
"...identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata
informações (tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração
de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas
atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de
seus recursos".
Tão
importante saber como se comportou a empresa no passado, com base nas
informações da contabilidade financeira, também interessa ao empresário saber o
que fazer no futuro, traçar estratégicas para situações de dificuldades a serem
enfrentadas, fazer um planejamento das atividades, elaborar seu fluxo de caixa,
executar um orçamento de vendas, enfim, utilizar-se da contabilidade como
ferramenta de gestão empresarial. O profissional contábil que for bem mais além
que registrar os atos e fatos administrativos certamente poderá atender essa
demanda, tornando-se um contador gerencial.
Além
de conhecimento legislativo (normas tributárias, como o Regulamento do Imposto
de Renda, e normas societárias, como a Lei 6.404/76), o contabilista precisa
estar atualizado com recursos tecnológicos da computação, e conhecer as normas
contábeis, tanto nacionais como internacionais. Estas últimas já serão
obrigatórias para os balanços de 2.010, e o início da adaptação aos balanços
para empresas brasileiras já começou com a Lei 11.638/2007. Novas normas
seguirão, exigindo do profissional um perfil cada vez mais autodidata para
acompanhar a evolução da Ciência Contábil.
Entre
as análises das demonstrações contábeis oriundas da contabilidade financeira
fazem parte do pacote da contabilidade gerencial: análises de desempenho,
análises horizontais e verticais, análises através de índices (liquidez,
endividamento e rentabilidade) e análise de custo/volume//lucro.
O
profissional contábil, ainda que seja difícil, pode delegar mais atribuições
rotineiras a assistentes enquanto que ele poderia certamente contribuir
ativamente com seus conhecimentos contábeis e gerenciais com os novos rumos da
organização. É a diferença para que possa projetar-se como um profissional útil
e bem remunerado, reconhecido na organização que atua.
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